Inspire-se com a história dessas 10 mulheres incríveis.
A busca por materiais que reflitam as experiências e perspectivas de mulheres inspiradoras que mudaram o mundo tem sido cada vez mais constante. Isso porque ao vermos outra mulher conquistando espaços que antes eram, em sua maioria, masculinos nos dá força para seguir tentando.
Seja em busca de inspiração, orientação ou simplesmente entretenimento, fizemos uma seleção especial de livros que contam como diversas mulheres fizeram história no Brasil e no mundo. Desde clássicos que abordam o movimento feminista e a luta por direitos iguais até obras que retratam a jornada da mulher moderna, te convidamos a juntar-se a nós nessa jornada literária.
Aproveite a curadoria e compartilhe conosco os livros que marcaram sua trajetória até aqui.
1- As Cientistas: 50 Mulheres que Mudaram o Mundo
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Autora: Rachel Ignotofsky
Imagina poder voltar no tempo e conhecer as mulheres mais inovadoras da História? Essa é a proposta do livro As Cientistas: 50 Mulheres que Mudaram o Mundo.
Nele, a autora compartilha as histórias daquelas que abriram o caminho para a próxima geração através das suas contribuições para a ciência, tecnologia, engenharia e matemática, desde o mundo antigo até o contemporâneo. Além disso, o livro conta com dados e infográficos bem interessantes sobre equipamentos de laboratório, taxas de mulheres que trabalham atualmente em campos da ciência e um glossário científico ilustrado.
Entre essas mulheres estão nomes bem conhecidos, como a primatologista Jane Goodall e a química Marie Curie, e outros nem tanto, como Katherine Johnson, física e matemática afro-americana que calculou a trajetória da missão Apolo 11 de 1969 à lua.
2- Eu sou Malala: a história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã
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Autora: Malala
Malala se tornou um símbolo global de protesto pacífico aos 16 anos e é a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz. Em seu livro, que também é uma autobiografia, ela conta a história de família exilada pelo terrorismo, da luta pelo direito à educação das meninas, dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que privilegia filhos homens e de como quase perdeu a vida nessa guerra.
“Nenhuma luta jamais logrará êxito sem que as mulheres participem lado a lado com o homens. Há duas forças no mundo: uma é a espada e a outra é a caneta. Há uma terceira força, mais poderosa: a das mulheres” – trecho do livro Eu sou Malala. Atualmente, ela continua defendendo a educação para meninas através da fundação Malala Fund, e atua principalmente no Afeganistão, Brasil, Etiópia, Índia, Líbano, Nigéria, Paquistão e Turquia.
3- Frida – Uma biografia
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Autora: Hayden Herrera
Frida Kahlo é reconhecida por suas pinturas e autorretratos que expressavam, principalmente, sua experiência com a dor crônica. Vítima de uma poliomelite quando criança e depois de um grave acidente de carro aos 18 anos, Frida sofreu com as consequências dessas internações por toda a vida.
Vista também como um símbolo do movimento feminista como defensora dos direitos das mulheres e representação da figura feminina além das tradições, seu livro traz descrições detalhadas sobre sua vida e interpretações sobre suas artes. O livro também conta em detalhes sua relação conflituosa com Diego Rivera, sua bissexualidade, a relação com as irmãs e sua família, além de inspirações e a cultura mexicana como um todo.
4- Problemas de gênero
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Autora: Judith Butler
Se você já viu a frase “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher” da Simone de Beauvoir por aí e se identificou talvez esse livro seja para você. Não somente por ela aparecer já no primeiro capítulo, mas por todo significado que essa afirmação traz consigo.
Se a afirmação de Beavouir de que ninguém nasce mulher mas se torna mulher está em parte certa, segue-se que mulher é em si um termo em processo, um tornar-se, um construir-se que não se pode dizer que tenha propriamente um princípio ou um fim. (Butler, 1990, p.104)
O livro traz questões complexas sobre as categorias de gênero, a construção do poder e as possibilidades políticas do movimento feminista, além de questionar se o gênero é uma imitação ou uma atuação cultural, e como a heterossexualidade influencia nessa construção. Nesse questionamento, ela explora as formas de resistência por meio de práticas performativas, que desafiam as categorias binárias de gênero.
Seria errado presumir a existência de uma categoria de “mulheres” que só é preciso preencher com várias componentes de raça, classe, idade, etnicidade e sexualidade para ficar completa. Assumir a sua incompletude essencial permite a essa categoria servir de lugar sempre disponível de significados contestados. (Butler, 1990, p.75).
5- Mulheres, classe e raça
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Autora: Angela Davis
“A intersecção entre feminismo, antirracismo e luta de classes pelos olhos da filósofa e ativista Angela Davis, na obra que se tornou uma referência da literatura sobre os direitos civis.”
Além de autora, a Angela é filósofa, professora do departamento de estudos feministas da Universidade da Califórnia e um ícone na luta pelos direitos civis. Ela é uma inspiração para muitos movimentos. Nesse livro, Angela traz principalmente o papel das mulheres negras na luta contra as explorações desde o passado até atualmente e nos faz refletir como raça, classe e gênero possuem relações mútuas.
6- Quarto de Despejo
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Autora: Carolina Maria de Jesus
A autora desse livro é uma catadora de papel na comunidade do Canindé, em São Paulo. Carolina Maria é mãe de três filhos e relata o cotidiano da sua vida na favela. O subtítulo “Diário de uma favelada” já nos prepara, mas a linguagem simples escancara a realidade triste e cruel contada em 1º pessoa, por quem viu e viveu anos à margem da sociedade.
O diário se passa nos anos 50 com a reconstrução dos grandes centros pós-guerra e um grande movimento de migrações para São Paulo e Rio de Janeiro que marca a expansão das favelas. Ela aborda sobre política, problemáticas sociais, fome e miséria. Além de comovente, esse livro nos desperta emoções que nos fazem compreender ainda mais a importância de movimentos sociais e ONGs em defesa das pessoas que moram em em comunidades com pessoas em situação de vulnerabilidade social.
“As oito e meia da noite eu já estava na favela respirando o odor dos excrementos que mescla com barro podre. Quando estou na cidade tenho a impressão que estou na sala de visita com seus lustres de cristais, seus tapetes de viludos, almofadas de sitim. E quanto estou na favela tenho a impressão que sou um objeto fora de uso, digno de estar num quarto de despejo.”.
7- Bordados
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Autora: Marjane Satrapi
Se você gosta de conhecer outras culturas e os hábitos femininos de diferentes lugares do mundo, esse livro é para você! A autora compartilha uma tradição das mulheres do Irã que após o almoço, enquanto os homens seguem para suas atividades, elas lavam a louça e se reúnem para um chá. Durante o chá, as conversas são inúmeras e giram em torno das personagens que estão ali. Esse é o terceiro livro da personagem principal que se chama Persépolis e traz consigo a marca registrada da autora: o humor peculiar e as ilustrações no preto e branco.
Por si só, o nome bordados já nos remete a prática brasileira do tricô e da conversa despretensiosa que surge ao tricotar com alguém, porém, o livro também traz outro significado. No Irã, “bordado” também é uma referência a cirurgia de reconstrução do hímen. A prática se tornou comum por lá porque é esperado que as mulheres permaneçam virgens até o casamento e muitas delas não querem esperar para iniciarem sua vida sexual. Elas optam pela cirurgia como uma alternativa de serem aceitas, uma vez que os homens podem se recusar a casar com aquelas que não virgens.
8- Por um feminismo afro-latino-americano
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Autora: Lélia Gonzales
E se você tivesse acesso a obras de uma das inspirações da Angela Davis? Em uma de suas vindas para o Brasil, ela compartilhou em um evento: “Eu sinto que estou sendo escolhida para representar o feminismo negro. E por que aqui no Brasil vocês precisam buscar essa referência nos Estados Unidos? Acho que aprendi mais com Lélia Gonzalez do que vocês aprenderão comigo.”
Lélia Gonzales é uma mulher negra filósofa, antropóloga, professora, escritora e militante dos movimentos negros e feministas. Esse livro abriga uma coletânea das obras dela contemplando ensaios, onde encontramos suas ideias mais aprofundados, intervenções com artigos críticos sobre o movimento negro e feminista, além de diálogos com as entrevistas dadas aos jornalistas entre 1975 e a primeira metade dos anos 1990.
9- Aurora: o despertar da mulher exausta
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Autora: Marcela Ceribelli
A autora, que também é criadora do podcast Bom dia, Obvious e da Obvious, agência e comunidade com mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, traz reflexões sobre o papel da mulher atual que precisa fingir que tudo está bem enquanto lida com mil demandas ao mesmo tempo.
“Grande parte da raiz da nossa insegurança vem da fome insaciável por aprovação dos outros. Esse desejo que nos desempodera e passa para o outro o poder de construir ou destruir nossa autoestima” – trecho do livro Aurora.
Ela compartilha relatos de suas próprias experiências com estudos científicos, comentários de especialistas das mais diversas áreas e conversas que já rolaram no seu podcast para esse despertar mais acolhedor. Uma leitura essencial para todas que se sentem exaustas.
10- Corajosa sim, perfeita não
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Autora: Reshma Saujani
Por fim, mas não menos importante o livro Corajosa sim, perfeita não é como um abraço. A autora Reshma Saujani que é fundadora e CEO da organização Girls Who Code se autointitula como uma perfeccionista em recuperação. Ela defende que o perfeccionismo exigido das mulheres desde crianças não só não traz felicidade como também prejudica o progresso.
Enquanto o perfeccionismo nos deixa cansada e infelizes, a coragem é o impulso para assumir o protagonismo da própria vida. O livro ajuda a identificar processos tóxicos e compartilha estratégias para que as mulheres possam se reconectar com uma vida com propósito e coragem. A autora se baseia em centenas de entrevistas com meninas e mulheres, além de suas próprias histórias
A maioria dos brinquedos e jogos criados para meninos, como Lego e Minecraft, é voltada ao desenvolvimento de habilidades motoras amplas, como correr e chutar, e habilidades espaciais, como a visualização 3-D, que aparentemente ajudam a prever o desempenho futuro em ciências exatas. Os brinquedos para meninas, por outro lado, em geral desenvolvem habilidades finas, como a escrita e o artesanato, além da linguagem e da interação social. (Saujani, 2019, p.51).
Referências
Vaz, Leticia. Resenha do livro “Eu sou Malala”. Disponível em: https://csvm.ufg.br/n/148325-resenha-do-livro-eu-sou-malala
Livro Problemas de gênero disponível como curso de extensão na USP disponível em: https://cursosextensao.usp.br/mod/resource/view.php?id=177028&forceview=1
Livro Mulheres, classe e raça disponível como disciplina na USP disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4248256/mod_resource/content/0/Angela Davis_Mulheres%2C raca e classe.pdf
Del Sant, Leonardo. R do livro Quarto de Despejo, escrito por Carolina Maria de Jesus, feito pelos professores do Estratégia Vestibulares. Disponível em: <https://vestibulares.estrategia.com/portal/materias/literatura/resumo-livro-quarto-de-despejo/>
Livro Por um feminismo afro-latino-americano disponível em: https://mulherespaz.org.br/site/wp-content/uploads/2021/06/feminismo-afro-latino-americano.pdf